Saqueando vilarejos para o próprio sustento, era assim que viviam uma falsa cartomante, um violeiro conquistador e um jovem ingênuo de alma, essa era a família Morales.
O jovem em seu cavalo negro, sai a frente pelo caminho para proteger os pais e dar uma olhada para ver se tinha alguém em uma propriedade a frente, mas tudo indicava que estava abandonada, um casarão velho caindo aos pedaços dava um ar sombrio ao lugar.
Assim que os pais do jovem chegam, olham o lugar e resolvem ficar já que não tinha nenhum outro a frente.
Assim então montam suas barracas e fazem uma fogueira para se aquecerem durante a noite, pois no dia seguinte resolveriam espionar a cidade, para o saqueamento de ouro.
O dia amanhece, Ruan e seu pai resolvem ir a cidade assim como haviam prometido na noite anterior.
A cidade parecia prospera , pareciam que todos se conheciam e cochicham entre si a chegada daqueles estranhos.
Ruan por onde passava roubava suspiros das belas moças, era um rapaz moreno com cabelos negros caídos nos ombros, envolta de sua cabeça havia um lindo lenço vermelho sangue, seus olhos verdes como esmeraldas e cada músculo de seu corpo era definido e seu olhar era capaz de fazer uma simples jovem morrer de amores,era inexplicável sua beleza , vestia uma calça de seda branca que havia roubado algumas semanas atrás de um senhor desconhecido.
Os moradores tinham costumes de receber os visitantes com bastante festa, já que era quase impossível se ver um rosto diferente naquelas bandas.
Assim então, um senhor maltrapilho se aproxima de Ruan e o pede para descer de seu cavalo, o jovem atende o pedido do senhor rapidamente.
____Jovem poderia me dizer o seu nome e o que lhe trás ao nosso vilarejo?
Ruan sorri educadamente e o responde.
____Meu senhor, me chamo Ruan e só estou de passagem com a minha família.
E então Ruan abana a mão se despedindo daquele senhor muito educado.
O seu pai já havia conversado com um comerciante, e ele havia lhe chamado para que tocasse na festa que estavam preparando, pois o Conde estaria visitando o vilarejo e queria recebe-lo muito bem.
Assim se foi passando os dias, Ruan e seu pai sempre de tocaia , procurando um lugar quando fugissem após o saqueamento.
___Ruan meu filho,lembra que te contei sobre a chegada do Conde?
Ele deve trazer muitas preciosidades, após roubarmos tudo talvez não precisaremos mais fazer isso.
O jovem sorria apenas, conhecia o gênio do pai ele sempre dizia isso, mas nunca parava com essa vida.
Um dia antes do grande dia, a mãe de Ruan parecia preocupada, sentia em seu coração um breve aperto, mas preferiu não comentar com o marido e o filho , mas dentro dela sentia que uma grande tragédia estava por vir.
O grande dia havia chegado, todo o vilarejo estava enfeitado com várias flores, o lugar era tomado por muita cantoria e alegria daquele povo por causa da chegada do Conde e sua família.
O pai de Ruan tocava uma uma linda música no violão e o jovem sempre fiel ao seu lado observando tudo como uma águia.
A carruagem do Conde era toda enfeitada, havia dois guardas reais conduzindo-a, assim que eles abriram a porta, um gordo baixinho com roupas coloridas, descia abanando para todos em sinal de agradecimento pelas boas vindas.
Uma linda senhora de longos cabelos loiros saiu em seguida, tudo indicava que aquela era a esposa do Conde.
Ruan estava quase indo embora, quando olhou novamente e viu mais alguém descer da carruagem.
Seus olhos não acreditavam no que via, uma linda jovem branca como leite cabelos negros e olhos azuis como o céu, sorria de forma ingênua para todos, parecia um lindo anjo esculpido, era a filha do Conde.
Mas ela não havia percebido Ruan, e ele a olhava como se a cobiçasse-a , algo dentro dele dizia que precisava te-la e ele a teria.
Todos comemoravam alegremente com muita fartura aquele era um dia muito especial para todos, principalmente para a família Morales.
O pai de Ruan percebeu o interesse do filho pela filha do Conde, assim então prometeu para si mesmo que os atacariam na noite seguinte, antes que seu filho colocasse tudo a perder,pois nunca o viu olhar dessa forma para nenhuma moça.
No dia seguinte já estava tudo pronto para o ataque, Ruan foi cavalgar pelo vilarejo como se estivesse se despedindo sem que aquelas pessoas percebessem.
Mas algo roubou sua atenção, lá estava ela a linda jovem que havia roubado seu coração por segundos, estava vestida em um lindo vestido preto, o que destaca com sua pele perfeitamente branca, seus lábios pequenos estavam em sintonia, pois o sorriso dela era o que mais tinha de bonito para se admirar.
Ruan então se aproxima e ouve as pessoas envolta dela a chamarem de Saffira.
Ele estava maravilhado com ela, e repetiu consigo mesmo "Saffira!
Ela estava dançando livremente enquanto alguns homens tocavam uma bela melodia, Ruan então rouba uma linda rosa vermelha de uma cesta que estava perto, e se aproxima para entregar a rosa, ela apenas sorri e a pega colocando em seu cabelo.
Aos poucos Ruan, já acompanhava os passos dela, dançando em perfeito ritimo, nunca a tocava, mas os olhares que trocavam eram intensos, ela nunca dizia uma palavra, apenas sorria fazendo com que o coração dele se explodisse no peito, e foi assim que passaram o dia.
Já estava quase anoitecendo quando Ruan cavalgou para casa, para tentar fazer o pai mudar de ideia.
___Pai, o senhor não pode continuar com esse plano!
____Ruan tudo isso por causa da filha do Conde?
Vós nem a conhece, não mudarei de ideia.
Ruan continuou insistindo, mas todos seus esforços foram em vão, o jovem foi obrigado a participar do plano, e assim foram adiante.
Ao chegar nos aposentos do Conde, o pai percebeu que os guardas estavam do outro lado do lugar.
Após entrar no quarto do Conde, ele ficou maravilhado com tamanha beleza de todas aquelas jóias.
Ruan havia prometido ficar do lado de fora vigiando, enquanto sua mãe distraia os guardas com sua falsa leitura falando do futuro deles.
Mas o que não se esperava, era que o pai de Ruan fosse surpreendido com a entrada do Conde, que desesperadamente gritou:
____Guardas, há um ladrão em meu quarto, mate-o.
Assim que os guardas ouviram o grito de seu senhor, correram em direção até lá.
O pai de Ruan, fora atacado com um golpe de um deles.
Ruan tinha visto pela janelas do quarto que vigiava sombras travando bravamente uma luta, correu em direção ao quarto para ajudar seu pai, mas havia chegado tarde demais.
Os guardas estavam em maior numero e acabou matando-o.
Não acreditara no que vira, se enfureceu ao ver o pai morto no chão,tomou sua espada e travou uma guerra entre eles, matando a maioria dos homens do Conde.
Pegou o resto das coisas e fugira para buscar sua mãe, pois o resto dos guardas reais, já estavam atrás dele.
Ao contar a mãe sobre a noticia,a deixou desconsolada.
_____Não pode ser! Senti algo em meu peito.
____A ganância de meu pai o matou mãe, temos que fugir logo daqui antes que nos achem.
E assim então o fizeram, Ruan tinha algo a fazer e precisava fazer a tempo antes de partir.
Roubou uma rosa vermelha e foi novamente naquele lugar em que havia perdido seu pai.
Pulou a janela sem que os guardas percebem,adentrou aos aposentos de Saffira, ela estava dormindo ele aproveitou para se despedir da jovem.
Pegou-a em seus braços e a beijou apaixonadamente, ela acordou assustada, mas se entregou aos braços dele, retribuindo o beijo.
Ela o olhou nos olhos e sorriu ,daquela mesma maneira que a tinha visto pela primeira vez, ele lhe entregou a rosa vermelha e partiu.
Nunca se quer trocaram uma palavra, Saffira havia prometido que jamais voltaria a dançar com outro alguém a não ser com seu amado.
Ruan partiu com um grande aperto em seu peito, e todas as noites ele tocava uma melodia triste no violino para expressar sua amargura.
E Ruan e Saffira, nunca mais se encontraram, mas jamais um esquecera do outro,jamais puderam esquecer daquele amor que nascera entre seus olhares.
att VANIRA DE Oliveira.